sexta-feira, março 27, 2009

Cara de Campeão, Jogo de Canastrão

Lisboa, Agosto de 1996.

Jamir: "E o Benfica vai ser campeão!"
Donizete: "E o Benfica tem cara de campeão!"

É certo que os brasileiros nunca foram grande coisa a prever o futuro, ou não tivesse o então petiz Kaká estado a aquecer o banco para Léo "Gascoigne Carioca" Lima nas camadas jovens do escrete. Esse sim, era a grande promessa. Esse e o Leandro do Bomfim, símbolo máximo da criatividade extemporânea do futebol feito arte plástica espelhada no quadro da vida.

Porém, estes dois mamíferos exageraram.

Tudo bem, a pré-época é a primavera da vida. Um mês antes do esférico rolar comme il faut, todos os sonhos são permitidos, todo o Escalona é Roberto Carlos, todo o Bossio é Oliver Kahn, e todo o Benfica é pré-campeão. Pelo menos para o diário "A Bola".

Mas em 1996/1997? Uma equipa cujo esteio defensivo dava pelo nome de Jorge "Own Goal" Bermúdez, cujo centrocampista nuclear era um cinquentão Valdo, bem secundado por Nica Basarab e José Calado, que serviam perfumadas trufas numa bandeja de ouro a Hassan Nader, Fabrice Alcebíade Maieco e ao mortífero carteiro sem aviso de recepção, Martin, o Pringle? Esse Benfica?

OK, Jamir. Seja feita a tua vontade.
E daí, talvez não.
O clube do jovem Jamir acabaria o campeonato a 27 pontos do campeão, nada menos que uma equipa que contava com nomes do calibre de Andrzej "Popeye" Wozniak, Lars "Not Ulrich" Eriksson, Silvino "Não Sou" Louro e Henrique "Eu Assisti À Segunda Fase Da Revolução Industrial" Hilário para defender o seu último reduto.

Mas seja feita justiça ao coriáceo centrocampista de Vera Cruz. Diga-se aqui que não terá sido por sua culpa que o Sport Lisboa de seu coração não terá sorvido o cálice da glória do seio do triunfo.
Aos olhos da crítica (que não os do Coveiro Amaral, sempre discordantes entre si) Jamir foi um dos raios de luz que aqueceram o longo e gélido inverno lisboeta de 96/97. Brilhante na forma esquemática como interpretava a táctica do pirilau, emprestando-lhe uma passividade dotada de inteligência emocional ao mais alto nível.


Sejamos francos: será a passividade ofensiva um crime de lés-a-águia, quando nas asas de um condor o sonho desliza impotente, sem Rei nem Hélio Roque, sem Ilian Iliev ou pedra de toque?
Será a não-participação nas tarefas defensivas punível com a guilhotina dos críticos, ou será apenas uma mera descarga de esgoto num outrora límpido lago, somente inquinado em dias ímpares por Hélderes holandeses de nome Glenn?

Será a falta de talento condenável com pena capital, ou será uma mera fatalidade semelhante a uma lesão muscular do Hugo Leal?

Questões que ficam por responder, tal como Paulo Autuori ainda espera tranquilamente que Jamir responda de primeira a um cruzamento de Donizete vindo da direita. Porque uma vez pé-canhão, sempre pé-canhão.

5 comentários:

Chutes too veia disse...

que equipa mágica que tinhamos, esse ano conseguimos bater o recorde de jogadores contratados, a meio da época já nem eu reconhecia a propria equipa, totalmente desfigurada daquela que a começou. mesmo assim o benfica ficou à frente de salgueiros e braga!!!

Anónimo disse...

terá sido a pior equipa de sempre do slb??
o gajo é parecido com o Lisandro!!

Anónimo disse...

hahahhaahhahahahahahahahahahahaha esse blog e so rirrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrlmfao ahahahahahahahah

Rodrigues disse...

Artur Jorge disse que o SLB era um circo. Jamir provou-o.

Anónimo disse...

31-03-2009 LABAREDAS

Gatos esfolados

Chove? A culpa é do F.C. Porto; Está sol? Aponte-se o dedo aos Dragões; A sua equipa perde? Influência azul e branca; A sua equipa vence? Jorge Nuno Pinto da Costa distraiu-se. Bendita criatividade! Acordam e deitam-se a pensar no melhor clube português. É certo que o Tricampeão lhes inflama os cotovelos e o par de extremidades ao nível da testa, ainda assim não deixa de ser caricato. Dizem mal, mas também ganham a vida a escrever sobre o F.C. Porto.

O Labaredas assume um pedido humilde: De futuro, digam em que parte é para achar piada. Tipo: «Rir à terceira palavra da quarta linha do segundo parágrafo». É mais fácil, poupam tempo a quem lê e sempre conseguem manter o estatuto de «humoristas». Ou de «uma espécie» de humoristas. Daqueles que se fixam apenas no «istas» e esquecem o «humor». No «istas» de anti-portistas.

É evidente que as páginas de A Bola e Record vão continuar a ser ocupadas por estas anedotas. E até faz sentido. Significa que o F.C. Porto continua a ganhar e a doença não lhes passou. O Labaredas encolhe os ombros aos figurões que fazem. E não se importa de contribuir para que continuem fedorentos, portanto esta é de borla: Escrevam sobre a «labareda» de hoje nos próximos artigos. É um orgulho ajudar a pagar o personal trainer das vossas esposas.

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